Eu nunca ganhei nada de “mão
beijada” na minha vida. O pouco que eu tenho
de bens materiais ou tudo que eu fiz relacionado a isso veio do meu
esforço e da minha força de vontade para conseguir. E eu não lamento ou me
orgulho disso. Absolutamente nem um nem outro. É só uma constatação que, de alguma forma, um dias desses me ajudou numa analogia.
Semana passada, antes de meditar,
eu fui ler o Evangelho segundo o Espiritismo e abri aleatoriamente na passagem
“vinde a mim tu que estais cansados e aflitos que eu vos aliviarei”, que na
Bíblia é no livro de Mateus. E há algumas semanas, na oficina de meditação e
estudos budistas que eu tô fazendo, a Leila (linda), nossa instrutora, falou
que quando nós damos um único passo a caminho da iluminação, Buda dá mil
passos até nós. Bingo! Eu relacionei os dois ensinamentos na mesma hora.
É que pra mim, tanto Jesus quanto Buda são super gente boa, gentis e agradáveis. Eles não forçam a barra pra nada. Jesus
não disse que iria até os cansados e aflitos. Ele disse “vinde a mim”. O Buda não
dará mil passos até você antes de você dar o primeiro até ele. Ou seja, a paz está ali, a liberdade da mente também, quer pra tu? Então se
chegue, meu filho. Tudo bem, eu sei que eles não falariam tão “nordestinamente” assim, mas a ideia é
essa. O primeiro passo é meu. O esforço é meu. A liberdade é minha. A escolha é
minha. A vivência da paz também.
E ao relacionar os dois
ensinamentos, eu me lembrei do tanto que eu caminhei pra chegar onde eu estou. Os primeiros passos sempre foram meus. Deus, o
universo e todos os espíritos amigos e bodisatvas estiveram me guiando, protegendo, cuidando e
iluminando até aqui. E continuarão se eu também continuar. E vão parar,
respeitar e me esperar se eu também parar. Mas nada cairá do céu, nunca caiu, lembra? Eu preciso ir buscar.
Por isso, eu estou muito
empenhada no estudo do espiritismo, do budismo tibetano, fazendo terapia,
acupuntura, tratamento com floral e meditando, sozinha e em grupo, em busca do entendimento e da serenidade que eu tanto preciso para caminhar. Por um momento, eu até
questionei se, talvez, eu estaria "atirando para todos os lados", mas o meu
anjinho de guarda me disse que não. Eu senti bem dentro do meu coração que o que eu estou fazendo é buscando ajuda de todas as formas.
Eu reconheço, e muito, que eu preciso de amparo e eu sei
que estou saciando a minha sede nas fontes certas. Eu estou dando o primeiro, segundo,
terceiro passo, me esforçando para não alimentar a tristeza, desenvolvendo a liberdade real da mente através dos meus pensamentos e das paisagens que eu crio e fazendo
as minhas escolhas em busca da paz, ou melhor, em busca da vivência dessa paz
que está dentro de mim. O desafio é conseguir usufruir, plenamente, dela.
Deus, Buda, minha família núcleo, meu marido,
meus amigos verdadeiros, Dionísio, o Pearl Jam, todos tem me ajudado tanto nessa jornada, mas nenhum deles pode fazer nada por mim se eu não fizer primeiro.
O amor é o que me move. O meu amor por Deus, por Cauê, por quem ficou e o meu
amor por mim, pelo meu compromisso com a minha evolução e iluminação. Por mais difícil que isso seja, e é muito, eu tenho a responsabilidade pelo conhecimento adquirido e acima de tudo, eu tenho a liberdade de decidir que é preciso continuar. Como dizia a minha querida Liz, "attraversiamo" ou vamos atravessar?! Vamos sim, vamos atravessar.
Namastê.